sexta-feira, 20 de março de 2009

O Banqueiro e a Galinha dos ovos de ouro. Uma colorida História Cinzenta e Infantil.

Era uma vez os Economistas. Os Economistas são esses Magos de Grande Ciência e lápis atrás da orelha, sempre prontinhos para uma continha de cabeça ou uma previsãozinha catastrófica capaz de desgraçar alguém. Os Economistas, dizia eu, andavam todos aos papeis: "O meu é bom!" -gritava um-"...mas o meu é cor de rosa! -atalhava o outro- "Mas o meu dá direito a SPA e pêras!!"; "Toma lá, dá cá, fico com a tua resma, com SPA e Pêras e tu levas Pêros Golden e um maço de papel cor de rosa em troca.-A azáfama no mercado era todos dias grande e em grande.- "Quem quer papelinhos laranja? Quem quer almoçar?..." -apregoava a Dona Branca- "Isso ser Vermelho, não ser naranja!" -exclama afirmativo um senhor com ar estrangeiro mas bem parecido, limpo e educado, isto nas palavras da Técnica Agente Constâncio que é Técnica Inspectora de 1ª categoria de Bancas, Mercados e Praças. "Quais Vermelho quais nada isto é mas é encarnado, Encarnado de Cascais!" -Retorquiu em auxílio Capêto Caldeira um moço que anda nos mercados há muito e sabe do que fala. Marcela Ferrête Leiteira, e Metéllo Rabêlo e Cousa um casal do Fim-do-Mundo. Ao ouvirem Encarnado de Cascais quiseram logo trocar os seus papeis verde sapo, pelos papeis cor de laranja que afinal não eram Vermelhos mas encarnados de Cascais que deve ser cor parecida com a da laranja. "Não não!"-diz a Dona Branca -só em troca de ouro. Ouro de Lei. O senhor com ar estrangeiro, mas em bom, insinuou um gesto de retirar do dedo médio um anel gigante, um cachucho. Os dois do Fim-do-Mundo, numa sacudidela ágil e rápida que parecia treinada, baixaram as cabeças e logo os cordões de ouro e filigranas de várias gerações de avós minhotas caíram no colo da Dona Branca. Esta, logo lhes entregou um carrêgo de papeis encarnados de Cascais e com um sorriso indisfarçado afastou-se da feira com o cúmplice Capêto Caldeira em passos apressados. Ora, os papeis primeiro são activos. Depois tornam-se inactivos. Mas antes que se tornem passivos os papeis voam. E assim voaram para não mais voltar. Moral da História. Assim se descobriu que: 1º- ao contrário das galinhas, os papeis voam. 2º- A galinha da minha vizinha parece ser maior que a minha. 3º- O Estado que guarda o dinheiro que quase todos entregamos para o bem comum, parece-se muito com uma gigantesca e abrigadora galinha de ovos de ouro. Por isso temos de a proteger dos casais que da Serra, do Monte, da Ilha, do Fim-do-Mundo, mas ao serviço do Banco do Inferno dizem cuspindo enxofre:"É preciso continuar a despejar dinheiro nos Bancos que investiram em papeis."?????????? A isto,é preciso dizer-mos: NÃO! A riqueza de uns não pode ser feita à custa da miséria alheia.