domingo, 26 de abril de 2009

D. Nuno Álvares Pereira a partir de hoje mais um Santo Português.

Os Portugueses, essa mistura rica de gente que através dos tempos cá nasceu ou que cá decidiu viver, sempre adquiriram fortíssima consciência nacional. A integridade territorial talvez tenha ajudado a desenvolver e consolidar esse sentimento. Portugal tem as linhas de fronteira mais antigas da Europa. D. Nuno Álvares Pereira o herói do séc.XIV que na batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385)encabeçou a vitória das hostes portuguesas contra os castelhanos selou esse triunfo com a vontade divina da própria independência de Portugal. O seu voto pelo auxílio divino na vitória (eram 6000 portugueses contra 30000 castelhanos e franceses) materializou-se na construção do Convento que ainda hoje existe no Largo do Carmo. D.Nuno recolheu a esse mesmo convento e lá terá falecido em 1431. Vários valores simbólicos se juntam aos factos históricos. A vontade do povo na própria independência de Portugal é relatada numa história que sempre acompanha a da VITÓRIA DE ALJUBARROTA, a da Padeira de Aljubarrota. A padeira, ao que parece uma pessoa que realmente existiu, quando ía colocar lenha para acender o fogo e cozer o pão deparou com sete castelhanos escondidos dentro do forno. Os castelhanos terão menosprezado tal aversário, pois ela empunhando a sua pá, uma pá de forno pode ser tão contundente como uma acha de guerra, matou uns e pôs os outros em debandada. Simbólicamente é de notar a importância de ser uma mulher e da sua vitória ser proporcionalmente ainda superior à já espantosa proporção da vitória da Batalha de Aljubarrota que foi de um para cinco. Esta mulher Ter-se-á chamado Brites e era Algarvia. Eu leio isto como mais um sinal simbólico justificativo da integridade territorial já que o Rei de Portugal era de Portugal e Algarves. O que chamamos hoje Algarve foi o último território a integrar o País continental e em 1385 ainda era passível de ataque dos mouros que se mantiveram em Granada até ao ano de 1492, ano em que Colombo chegou a umas ilhas que mais tarde se convencionou chamar América. Nuno de Santa Maria já considerado Santo em vida, pelos pobres a quem alimentava por vezes à custa do seu próprio jejum renunciou aos bens materiais e voltou-se para o serviço ao próximo. Após a batalha terá feito algo nunca visto até então, cuidar dos feridos inimigos e dar-lhes abrigo até à recuperaçao. Por isso Nuno de Santa Maria é também um símbolo de que se está sempre a tempo de renunciar e reparar uma vida violenta.

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