sexta-feira, 3 de julho de 2009

Papel recortado/Trimmed paper

All the papers they could find were kept: those from the parcels of something they had bought, from some delivery they might receive, the newspapers brought by some one arrived from the village… The very scarce white papers were particularly appreciated. They cut them with scissors. It was a task for the long days when nothing else could be done or for the long nights while waiting for the sleep to come. They folded and cut the paper rotating the scissors and the paper one at the time. In a zigzag they cut and cut an endless labyrinth curving on one way and another following a path known only by their imagination. Afterwards they shacked off the splints and by the tip of their fingers stretch the folded paper showing the drawing that appeared like embroidery or a frieze. Guardavam todos os papéis que encontravam: Os que embrulhavam alguma compra, os das encomendas que alguém lhes tivesse enviado; os dos jornais que alguém vindo da vila trouxesse... Apreciavam particularmente os raríssimos papéis brancos. A esses cortavam-nos com a tesoura. Guardavam a tarefa para os dias longos em que nada mais se podia fazer ou nas noites compridas em que o sono tardava. Metodicamente dobravam e recortavam sinuosamente, ora rodando a tesoura ora rodando o papel. Em ziguezague cortavam, cortavam, um interminável labirinto de curvas e contra curvas apertadas seguindo um percurso que só a sua imaginação conhecia. Depois sacudiam as aparas e preso nas pontas dos dedos esticavam o papel em harmónio exibindo o desenho recortado como um bordado ou um friso.

2 comentários:

Lilazdavioleta disse...

Luis,
sabes que tenho fascínio por papel e por recortes .
Fazem-se coisas belas .
E origami , tb .

Esta postagem está linda .

Maria

Lilazdavioleta disse...

Esqueço-me que estou a escrever , e não utilizo o ponto ?