quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Malangatana

A Malangatana

as camadas
como a roupa de Inverno
cobrem as cebolas
e os egos mais obstinados
umas e outros
provocam lágrimas

A Malangatana

Hoje verdadeiramente deste teu corpo aos peixes,

Aqueles a quem António só pode oferecer as palavras,

As que eram de si o melhor por serem consubstanciais

À centelha que o tornou também divino.


Hoje verdadeiramente foste com as águas

Como os barcos auspiciosos que zarpam de cada porto

Deixando atrás a infelicidade e o ar denso

Dos que ficam sem horizonte nem porvir.


Passaste de novo entre as feras, como antes,

Mas hoje sem medo e com a doçura que faz a mansidão

Dos verdadeiros feiticeiros da magia plena.

Estejas onde estiveres rodear-te-ão as crianças,

Rirás seus risos, chorarás seus choros e contar-lhes-ás histórias

Que para elas arriscarás em traços e cores.






5 de Janeiro de 2011