domingo, 30 de março de 2014

Comentário a Justine sobre a poesia de Manuel António Pina, comentário justo diga-se...





Os lugares são
a geografia da solidão.
São lugares comuns a casa a cama.

(Segunda Pessoa, in Todas as Palavras, poesia reunida,
Manuel António Pina)




É por coisas destas que nunca gramei o Pina. Se a geografia é a descrição de qualquer coisa que me relaciona com um sítio, verdadeiramente uma memória, então é possível meter lá a solidão como se fosse um auto-retrato. Então e num contexto destes à Nobre de tão “Só” porque raio haveria o Pina de enfiar o pé na poça. Não poderia ele deixar o pé em suspensão? ...congelado como numa fotografia de acção? ...porque teve ele de enfiar o pé, retirá-lo, bater com ele no chão e salpicar tudo? Detesto ler um cenário dramático salpicado de humor, de ironia. Os lugares são coisa nenhuma. Ou deverei dizer coisa alguma. Não importa. Não quero sair daqui do meu quarto nem quero ir a nenhum lugar.



1 comentário:

Justine disse...

Fizeste bem em confiar na minha compreensão :-))
A minha concordância com o teu comentário é outro assunto, quiçá a discutir noutra altura, que hoje estou preguiçosa!