sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Não, não foi o Pai Natal que trouxe! Nem o menino Jesus que como nos ensinou o senhor Fernando, não sabia nada de finanças nem consta que tivesse biblioteca.

As gulodices

Ou melhor dito, a maneira antiga de as fazer. Muitas delas farão torcer o nariz às Chefias que para aí andam pertencentes à geração das frigideiras revestidas com teflon, do plástico alimentar (com que micróbios andaram eles falando para acreditarem que o plástico é alimentar) e das colheres de nylon.

 


As poesias 


As poesias de Helder Macedo no "RESTA AINDA A FACE" são uma 
antologia da escolha de Paulo José Miranda e são uma edição da Abysmo.

outras poesias

Levantei o véu. Ou melhor, levantei o papel com que forrei o livro da Adília. Quando levo os livros gosto de os forrar. Ninguém tem necessidade de saber o que ando a ler, e a Adília não necessita de publicidade. Mas mais do que isso uma forrazinha protege sempre a capa do livro, é papel passível de ser desenhado ou de servir de bloco de notas; coisa que a capa do editor não carece e até agradece, não servir para tal fim.
 
 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. O fim anunciado dos ateliês de formaçao do Mestrado em Pintura.

Há muitos anos autorizaram a venda de pão fora das padarias e dos depósitos de pão. Depois autorizaram o fabrico de pão em qualquer local. Apesar dos protestos dos padeiros e dos que gostavam de pão, em nome da modernidade e dos novos tempos económicos, da facilidade e da comodidade de acesso do consumidor ao produto assim foi feito. 
Hoje ainda é assim. 
Quem nunca provou o pão desse tempo dificilmente poderá imaginar o que lhe foi retirado. O que foi impossibilitado de experimentar.
Talvez em alguma padaria artesanal de Lisboa ainda se encontre o perfume, o sabor, e a textura do pão antigo que era alimento e bálsamo. Mas eu não sei de nenhuma. Não sei mesmo se o conhecimento dos mestres padeiros teve continuidade nos seus aprendizes. Sem o saberem os afortunados alunos que com eles contactaram poderiam ter sido depositários de um saber e uma prática ancestrais. Mas tudo o que é antigo pertence a um tempo aparentemente lento, arcaico nos métodos, sem a eficiência da tecnologia de produção centralizada e em quantidade. Tornaram-se obsoletos os procedimentos, as ferramentas, os materiais; pior de tudo tornou-se obsoleta a expectativa de quem se alimente de pão. Agora transformado em cliente ou ainda pior em consumidor. O consumidor de pão foi gradualmente condicionado a gostar de outra coisa. Um pouco à maneira das crianças que deixaram de gostar de batatas fritas descascadas e cortadas imediatamente antes da fritura e que agora preferem as que são congeladas. 
Por elas, as crianças, ou por razões obscuras começaram a rarear os restaurantes que servem as batatas descascadas e cortadas de fresco e abundam os que as usam congeladas.

Não tenho nada a ver com a Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Não tenho nada a ver com os ateliês, com as oficinas de formação. É pão do qual não sou comensal. Mas à semelhança do pão antigo que antes havia em Lisboa e agora foi perdido para origens distantes como Mafra ou Torres Vedras ou localidades mais remotas como Beja ou Seia, seria muito triste que alguém tivesse de ir para a periferia para poder fazer a sua formação. É que as periferias criam-se pela expulsão dos residentes e pela destruição da Cidade. As periferias não são onde hoje vivemos mas onde amanhã viveremos se nos deixarmos condenar a uma infantilização da tomada de decisão. 
Quem vai para a Slade School e estranha o desafogo das oficinas, a prática séria e rigorosa do ofício, a par com a liberdade e a responsabilidade total, até mesmo de não aproveitar o tempo de não fazer nada; no mínimo sofre o choque de quem vem da periferia e não está habituado a ser tratado com o respeito profissional que lhe é devido. Já foi assim antes no tempo em que Manuel Botelho por lá passou, continua a ser assim hoje, neste tempo em que Catarina Garcia de lá acabou de chegar.
O que venho sabendo do que se planeia para as oficinas da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa soa-me a troar de canhão, a explosão de bombardeamento. Não sei se da montureira de entulho tudo o que de lá se aproveite sejam refugiados para alimentar outras terras.
Ignoro se o filão de uma cafetaria por mais necessária que ela possa parecer, não produzirá uma ignominiosa escombreira; se esse filão será suficientemente rico para poder comprar fora o que agora cá se produz. Sabemos de outras épocas que não há filão por mais rico que seja que possa alimentar a extravagância do desperdício.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A foto da peçazita no salão.

A caixa da água. Afirmativamente uma peça de arte degenerada. Um verdadeiro lixo feita de lixo segundo um tipo de abordagem, agora muito divulgado, e também disponível para consulta aqui na lista de blogues em acompanhamento.

Técnica mista com agregação e colagem sobre caixa de madeira de vários tipos de papel, com desenhos de técnica diferente e votos caligráficos; garrafas plásticas vazias de água mineral de diversas proveniências do território português; concha de gastrópode, e duas peças cerâmicas do Figurado de Barcelos.
 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Um Madrigal de Claudio Monteverdi poema de Carlo Milanuzzi cantado por Philippe Jaroussky e tocado por L'Arpeggiata.


Sì dolce è il tormento che in seno mi sta
ch'io vivo contento per cruda beltà...
nel ciel di bellezza s'accreschi fierezza et manchi pietà
che sempre qual scoglio all'onda d'orgoglio mia fede sarà...


La speme fallace rivolgami il piè
diletto né pace non scendano a me
e l'empia ch'adoro mi nieghi ristoro di buona mercè
tra doglia infinita, tra speme tradita vivrà la mia fe'...


(Per foco e per gelo riposo non ho
nel porto del Cielo riposo haverò...
se colpo mortale con rigido strale il cor m'impiagò
cangiando mia sorte col dardo di morte il cor sanerò...)


Se fiamma d'amore già mai non sentì
quel rigido core ch'il cor mi rapì
se nega pietate la cruda beltate che l'alma invaghì
ben fia che dolente pentita e languente sospirami un dì...





Ver também
 http://luisdesenha.blogspot.pt/2013/11/a-expressividade-de-franco-fagioli.html


Um, dois, um, dois, experiência!

Desenho em tablet, programa SketchBook X

domingo, 13 de dezembro de 2015

Toalha do Almoço de Natal do Circulo Artistico Artur Bual

Desta vez levei papel de algodão de casa com gramagem suficiente para poder entornar vinho à vontade.




 O Feliz contemplado, no sorteio do desenho

domingo, 6 de dezembro de 2015

Grinalda de Natal (made in EU).

Esta grinalda muito resistente é feita em aço inox e é muito durável. 
Pode ser fornecida com acabamento prateado brilhante, em tom bronze ou ouro velho.
Pode ser fornecida com rede metálica electrificada.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Mulher laxante e cão vadio.


Desfado de Pedro da Silva Martins para a interpretação de Ana Moura



Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem
sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém
mas não ter sentido algum

Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia
eu não espere mais um dia
por aquele que nunca vem
e que aqui esteve presente

Ai que saudade que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém que aqui está e não existe
Sentir-me triste só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem só por eu andar tão triste

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse",
e lamentasse não ter mais nenhum lamento
Talvez ouvisse
no silêncio que fizesse
uma voz que fosse a minha
a cantar alguém cá dentro

Ai que desgraça, esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza
que nada mais certo existe
além da grande certeza
de não estar certa de nada

Ai que saudade que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém que aqui está e não existe
Sentir-me triste só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem só por eu andar tão triste