quinta-feira, 30 de junho de 2016

Do livro de poesia "Aves de incêndio" de Raquel Serejo Martins, transcrevo e ilustro o poema oitenta e quatro.




















84.
Vou para o trabalho
sempre pelo caminho de Damasco,
na expectativa,
uma esperança,
um mantra,
uma prece,
uma oração,
às vezes um latir de cão,
me convertam,
me convençam,
que a minha rotina tem sentido.


Raquel Serejo Martins, "Aves de Incêndio", com desenhos de Ana Cristina Dias, Poética Edições, Junho de 2016 
ISBN: 978-989-99585-6-2 




 

6 comentários:

Lilazdavioleta disse...

Gosto muito do poema , e vem de encontro ás minhas necessidades .

Gosto , também da pintura .

Justine disse...

Não conheço a poetisa, mas o poema escolhido tem a ironia e a profundidade que eu gosto. E o gosto estende-se à obra a que chamas ilustração...

Maria Eu disse...

Pudéssemos escapar assim...
Ilustração perfeita!

Bom Domingo, Luís :)

Luis Filipe Gomes disse...

E ás minhas também Maria!

Luis Filipe Gomes disse...

A Raquel pratica uma escrita quotidiana, indispensável como tomar o pequeno almoço ou escovar os dentes. A escrita dela pode-se entranhar como um vício. Saiu agora o livro de onde tirei o poema. A indicação da editora está na nota final.

Luis Filipe Gomes disse...

Não escaparemos ao caminho de Damasco nem a ser fulminados. Não sei no entanto se depois da nossa cegueira passaremos a ter a visão renovada como São Paulo.