terça-feira, 30 de abril de 2019

Concerto número 4 de Rachmaninoff para piano e orquestra



Sem palavras!
Há uma suavidade na interpretação deste concerto pelo António Rosado, um tempo de respiração para cada nota que me parecem desconhecidos de outras interpretações incluindo as que ouvi do próprio Rachmaninoff.
O vigor certo, a paixão exacta, o que é rápido não se atropela, o que é torrencial flui sem turbulência. Uma maravilha. Obrigado! Obrigado à orquestra também!

domingo, 28 de abril de 2019

Dessine moi un mouton








dessine-moi un mouton ! Antoine de Saint-Exupéry

J'ai ainsi vécu seul, sans personne avec qui parler 'véritablement, jusqu'à une panne dans le désert du Sahara, il y a six ans. Quelque chose s'était cassée dans mon moteur. Et comme je n'avais avec moi ni mécanicien, ni passagers, je me préparai à essayer de réussir, tout seul, une réparation difficile. C'était pour moi une question de vie ou de mort. J'avais à peine de l'eau à boire pour huit jours,
Le premier soir je me suis donc endormi sur le sable à mille milles de toute terre habitée. J'étais bien plus isolé qu'un naufragé sur un radeau au milieu de l'Océan. Alors vous imaginez ma surprise, au lever du jour, quand une drôle de petite voix m'a réveillé. Elle disait :
- S'il vous plaît... dessine-moi un mouton !



Cianotipia fase da pintura com líquido fotossensível antes da exposição à luz.


Ía verdadeiramente sózinho, sem ninguém com quem falar, até que sofri uma avaria no deserto do Sáara, faz agora seis anos. Alguma coisa se tinha partido dentro do meu motor. E como não tinha comigo nem mecânico nem passageiros mentalizei-me para me desenvencilhar sózinho numa reparação difícil. Para mim era uma questão de vida ou de morte. Mal tinha água para beber durante oito dias. Naquela primeira noite adormeci sobre a areia a mil milhas de distância de qualquer povoação. Encontrava-me bem mais isolado que um náufrago sobre uma jangada no meio do oceano. Então imaginem a minha surpresa quando ao romper do dia fui despertado por uma vozinha engraçada. Ela dizia:
-Por favor... desenha-me uma ovelha!


Cianotipia após exposição à luz e lavagem de relevação do papel.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Concerto nº 4, Opus 40, para Piano e Orquestra de Rachmaninov








































Concerto nº 4 para Piano e Orquestra que o grande António Rosado tocará.
Aqui uma amostra na interpretação de Arturo Benedetti Michelangeli.



terça-feira, 2 de abril de 2019

Pelouro - eram esferas de pedra que disparadas por canhões chamados pedreiros, no século XV conseguiam furar o casco de um navio a duas milhas de distância.
































Reprodução quase integral de uma pinturinha em tinta acrílica  com dimensões de 27x35 cm feita e exposta noano 2000.



Nos rios que descem da Serra da Estrêla encontram-se muitos calhaus rolados graníticos. 
Alguns perfeitamente esféricos.
Apanhei exemplares destas esferas de pedra em Avô, Oliveira do Hospital, antes da fúria betoneira ter arrasado a vegetação e cimentado as margens do Rio Alva.
É certo que em Avô existe uma fortaleza que vigia o Rio Alva e a pequena ribeira que nele desagua e que agora se chama Ribeira de Pomares. Essa fortaleza com certeza deve ter tido canhões-pedreiros. Não me dei ao trabalho de pesar as pedras e as calibrar para ver essa possibilidade. Não conheço se houve disparos desse tipo de artilharia em Avô. O séc. XV e XVI parecem ter sido pacíficos ou pelo menos até nós não chegou nota de batalhas de artilharia. Mas sei que há uma estrada romana que desce até ao Rio Alva e serve o Castelo. Há indicação de mineração de ouro no rio Alva na época romana e julga-se que teria havido ali um castro anteriormente.
Sei também que as catapultas e os onagros romanos tinham versões ligeiras manobradas por dois ou três artilheiros que lançavam com precisão pelouros de uma ou duas libras pedras como as que recolhi no Rio Alva e me serviram de modelo para a pintura. Não digo que as minhas pedras foram pelouros, mas lá que o podiam ter sido isso podiam.